Nos últimos dias, começou a tomar forma definitiva a primeira grande aliança eleitoral a ser lançada para concorrer à prefeitura de Santa Maria. Com pompa e circunstância, reuniram-se, no plenarinho da Câmara de Vereadores, dirigentes e militantes de cinco partidos: PDT, PTB, PROS, Rede Sustentabilidade, Avante e PC do B. Todos unidos em torno do pedetista Marcelo Bisogno, pré-candidato a prefeito. Falta escolher o vice, embora o Avante (Moacir Alves) e PTB (Jair Binotto) já tenham se apresentado.
Em nada enigmático recado via WhatsApp, o líder do grupo digitou ao colunista: "vem mais". Enfim, o PDT tenta (e por enquanto consegue) fazer o que não obteve em pleitos anteriores: aumentar seu cacife político e espaço midiático, tornando mais competitiva a candidatura.
Tá, mas "e os russos"? Sim, os outros potenciais (ou já certos) concorrentes não estão parados também.
Quietos, talvez, como é o caso do PSDB de Jorge Pozzobom, que, no entanto, tem praticamente garantida a manutenção da aliança com o PP e a chegada oficial do DEM. E que busca apoios periféricos, considerados importantes, no segmento de centro-direita.
Aparentemente paralisados, como o MDB, que, depois de confirmar a pré-candidatura de Francisco Harrisson à prefeitura, deu um tempo. Inclusive pela ausência física do vereador, agora de volta à lida política, após as férias.
Tentando ser barulhentos, como o PT, que consolidou internamente o nome de Luciano Guerra, mas tem dificuldade para fechar um vice, que tende a ser, mesmo, Marion Mortari, do PSD - depois que a tentativa de cooptar o PTB, aparentemente, esgotou-se.
Ou recém-chegados ao palco, após bom tempo nos bastidores, como o Republicano Jader Maretoli, que precisa também expandir seu público, fugindo de ser apenas (o que não é pouco) o "candidato dos evangélicos".
Mais ou menos, conforme o caso, todos eles se mexem. E tentam encontrar lugar no jogo, que já tem o primeiro tempo encerrado. Agora, na fase final, não é mais possível falhar.
EM TEMPO: De todos os atores principais desse espetáculo eleitoral, um protagonista parece estar a mercê dos acontecimentos. Apesar de ter papeado com todos, o PSB de Fabiano Pereira ainda não encontrou seu lugar. Nesse momento, afora eventual (e improvável) candidatura própria, parecem sobrar só dois caminhos: entrar, como coadjuvante, na aliança pró-Bisogno, ou repetir, agora na condição de apoiador, a aliança com o MDB, que tem Harrisson na cabeça de chapa.
EM TEMPO 2: Também não se sabe como ficará, ainda, a situação de outros dois partidos que se alçaram recentemente, mas ainda não têm rumo definido. São os casos do PL e do Cidadania.
Decisão de trocar e ideias não se conjugam
A notícia de que a professora Márcia Teston resolveu deixar o Cidadania menos de um mês após anunciada como potencial candidata até mesmo a prefeita, para entrar no PL, somada à decisão do dentista Moacir Alves, que deixou o PROS para assumir o Avante, atualiza uma discussão: no dia a dia do varejo político, o que menos interessa é a ideologia.
Aqui não se faz juízo de mérito (embora fosse possível). Apenas informação. No caso de Alves, ele assume um partido que não tem, segundo o TSE, sequer 10 filiados na cidade. Duvida-se que alguém tenha lido o estatuto do Avante (ou, quiçá, do PROS), como forma de decidir a adesão. Então, por que foi mesmo?
Já Marcia, mesmo admitindo que ela não considere (embora o noticiário da época) ter sido filiada no PSB e no PT, é fato que está no seu sétimo partido, pelo menos. De distintas posições ideológicas, diga-se. Então, vamos combinar, a decisão (legítima) de trocar, quer dizer qualquer coisa, menos convicção sobre as ideias das agremiações.
Um vai, mesmo. Já o o outro...
São situações distintas. Mas ambas marcam os primeiros dias do "mês da traição" - até 3 de abril, vereador que quiser trocar de partido, sem perder o mandato, pode fazê-lo.
A primeira é a de João Ricardo Vargas (foto à esq.), eleito pelo PSDB. Como esta página antecipou, semana passada, os tucanos não dão como favas contadas a saída dele e ainda tentam demovê-lo da ideia que se supunha afirmada.
Tanto é verdade que a festa marcada para recebê-lo no PL, com direito a regabofe e presença de graúdos estaduais, ao meio dia deste sábado, acabou cancelada. Por enquanto, ao menos, Vargas segue no mesmo lugar. Talvez saia. Mas...
Já a segunda situação está definida. Jorge Trindade (foto à dir.) deixará mesmo o Rede Sustentabilidade. O partido não tem condição alguma de manter o edil em condições de reeleição. Seu destino é o PDT.
Quer dizer... Será o PDT, mas antes será necessário convencer outros ilustres partidários que, com a chegada do redista, ficarão muito debilitados na luta para eleger-se vereador.
Ainda que Trindade deva mesmo ir, bancado pela direção partidária (local e estadual) do pedetismo, sugere-se não cravar todas as fichas.
LUNETA
SLOGANS
Verdade que é (olha a hipocrisia da lei eleitoral) pré-campanha. E até poderá haver mudanças. No entanto, pelo menos dois slogans já estão por aí, no dia-a-dia de dois pré-candidatos. Um deles, de Luciano Guerra, do PT, é "Pra Santa Maria Melhorar". Outro, de Francisco Harrisson, do MDB: "Por uma Santa Maria Melhor Para Todos". Ambos precedidos pelo sinal do jogo da velha (#) para ser popularizado nas redes sociais.
EM ITAARA
O professor e publicitário Rogério Rocha Lobato, que fez de Itaara seu lar e em cuja comunidade é cada vez mais ativo, pode estar ensaiando um voo inimaginável, para quem o conhece (caso deste escriba) de longa data. Sim, não é bom duvidar de uma eventual candidatura em 2020. Vereador seria a hipótese mais provável, mas... Ah, o partido, se candidatura houver, se saberá, no máximo, até 3 de abril.
ESQUERDA
Maior partido entre os da esquerda-esquerda local, o PSOL se reúne neste sábado, na sede da Sedufsm. Eleição da nova Executiva e pleito de outubro são os assuntos para os militantes psolistas, no encontro aberto (sem direito a voto) também a não filiados. Certo mesmo é que o PSOL, se mantiver a tradição na boca do monte, terá candidato a prefeito. Nem que seja apenas para propagandear as ideias da sigla.
NOVIDADES
Não são só as eventuais trocas de partido de vereadores que chamam a atenção nesse mês. Também se esgota, em 3 de abril, o prazo para a filiação de quem pretende concorrer em 2020. É intensa, nos bastidores, a busca de nomes novos e potencialmente bons de voto, por parte de todos os partidos. Um dos cobiçados (e que ainda não decidiu se concorrerá a algo) é o delegado Marcelo Arigony,
PARA FECHAR!
Semana passada, o escriba escreveu sobre ex-petistas que se envolverão, de alguma maneira, na eleição deste ano. Por pressa ou o que for, o fato é que o bestunto falhou e o supra-assinado esqueceu de dois nomes importantes. Um deles é Jorge Trindade (que deixará o Rede) e outro é Gerri Machado, hoje presidente do Solidariedade. Reparo feito.